segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Filosofia Analítica

A investigação da linguagem e suas relações com o real 
Na virada do século XIX para o século XX, surgiu uma corrente filosófica que, procurava esclarecer os sentidos e expressões e seu uso no discurso linguístico.
Com essa corrente muitos dos problemas filosóficos se reduziriam a equívocos e mal-entendidos originados do uso ambíguo da linguagem.


Russell: pioneiro da filosofia analítica



Sua contribuição filosófica mais reconhecida deu-se no campo da lógica matemática e da filosofia analítica, que dominou o cenário filosófico inglês durante o século XX.
Dono de um estilo literário elegante, irônico, cativante e polêmico, Russell recebeu o Prêmio Nobel de Literatura; participou de questões sociais. Foi uma das personalidades mais influentes da Europa no século XX.
Sua tese Principia Mathematica demonstra que “ toda matemática pura advém dos princípios da lógica pura” . Russell ampliou esta tese procurando estabelecer os fundamentos lógicos do conhecimento científico em geral. Para ele, grande parte dos problemas filosóficos se dissolvem em falsos problemas quando são enfrentados os equívocos, ambigüidades e imprecisões da linguagem cotidiana.
O problema fundamental seria investigar as proposições lingüísticas para se saber o que estamos falando quando questionamos ou afirmamos isto ou aquilo, a filosofia analítica desmontaria armadilhas ocultas da linguagem.


Wittgenstein


O lógico e filósofo austríaco naturalizado britânico Ludwig Wittgenstein concluiu que seria necessário fazer uma ‘’terapia de linguagem ‘’, ao final da qual muitos dos problemas filosóficos se mostrariam como falsos problemas,como simples problema de linguagem. O percurso filosófico de Wittgenstein pode ser dividido em duas fases:
  •  Na primeira fase ele intensificou a busca de uma estrutura lógica que pudesse dar conta do funcionamento da linguagem. Para ele, a estrutura da linguagem deveria corresponder à realidade dos fatos.
  • Na segunda ele se afastou dessa compreensão de que a verdade da proposição deve ser verificada na experiência do mundo real, e passou a afirmar a impossibilidade de uma redução legitima entre um conceito lógico (que seria a linguagem) e um conceito empírico (que seria a realidade).
De acordo com o filósofo, a linguagem comum possui uma riqueza de espécies e tipos de frases que são usadas em situações específicas. Com essa perspectiva, Wittgenstein abandonou a intenção de fazer da linguagem comum a ‘’pintura da realidade’’, como ele mesmo havia dito anteriormente.

A escola de Frankfurt


Escola de Frankfurt é o nome dado ao grupo de alemães do instituto de pesquisas sociais de Frankfurt. Sua produção ficou conhecida como teoria crítica.
Alguns pensadores como: Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Jurgem Habermas, mesmo com pensamentos diferentes podemos encontrar neles algo em comum, podemos identificar a preocupação de estudar variados aspectos da vida social, de modo a compor uma teoria crítica da sociedade como um todo.
Os pontos de partida fundamentais de suas reflexões foram às teorias Marxistas.
A escola de Frankfurt concentrou seus interesses na análise da sociedade de massa, termo que busca caracterizar a sociedade atual, na qual o avanço tecnológico é colocado a serviço da reprodução da lógica capitalista, enfatizando o consumo e a diversão como formas de garantir o apaziguamento e a diluição dos problemas sociais.

Adorno e Horkheimer 
Adorno

Horkheimer 
De acordo com seus conceitos, afirmavam que a razão iluminista, que visava a emancipação dos indivíduos e o progresso social, terminou por levar a uma maior dominação das pessoas em virtude justamente do desenvolvimento tecnológico das indústrias. Horkheimer acreditava que o problema estava na própria razão instrumental e controladora, que tanto na natureza quanto no próprio ser humano sempre busca a dominação.
Ambos denunciam a morte da razão crítica, asfixiada pelas relações de produção capitalista. Para designar a indústria da diversão vulgar, veiculada pela televisão, rádio, revistas, jornais, músicas e propagandas, Adorno e Horkheimer criaram o termo Indústria cultural.

Benjamin 


Walter Benjamin tinha uma postura mais otimista no que diz respeito à indústria cultural. Para ele deve ser otimista quanto à possibilidade de que a arte, a partir do desenvolvimento das técnicas de reprodução como discos e semelhantes, se torne acessível a todos. Benjamin acreditava que a arte dirigida às massas pode servir como instrumento de politização. Também desenvolveu reflexões nas quais buscou conciliar a teoria marxista com a tradição judaica, dando origem a um pensamento de difícil penetração, ainda que de grande beleza literária.

Marcuse 


Herbert Marcuse desenvolveu uma obra chamada “Eros e civilização”, marcada significativamente pelas teorias freudianas e marxistas. De acordo com a teoria freudiana, a história social do homem é a história de sua repressão, do combate ao livre prazer em prol do trabalho, do adiamento do principio do prazer para atender ao princípio da realidade. Sem essa renúncia, a vida social seria impossível.
Defendia também que as imposições repressivas são antes produtos de uma organização histórico-social específica do que uma necessidade natural e eterna.

Habermas 


Jurgem Habermas propõe um novo conceito de razão, a razão comunicativa,.como forma de retornar o projeto emancipatório de humanidade em  novas bases.
De acordo com Habermas, essa é uma posição perigosa em filosofia, pois poderia conduzir a uma crítica radical da modernidade e, em consequência, da razão, que levaria ao irracionalismo.
O filosofo discorda dos resultados pessimistas da analise de Adorno e Houkeimer,segundo a qual a razão não mais se realizaria no mundo,porque o capitalismo,em sua complexidade,teria conseguido narcotizar a consciência do proletariado e,dessa forma,perpetuar-se como sistema.Para Habermas existem alguns pontos falhos nessa analise cuja identificação permitiria propor uma retomada do projeto emancipado,porém em novas bases.
Razão e verdade deixam de ser, assim, conteúdos ou valores absolutos e passam a ser definidos consensualmente. E sua validade será tanto maior quanto melhores forem às condições nas quais se dê o dialogo, o que se consegue com o ‘aperfeiçoamento da democracia. ’
O pensamento de Habermas incorpora e desenvolve reflexões propostas pela filosofia da linguagem. A ênfase dada por ele à razão comunicativa pode ser entendida como uma maneira de tentar ‘ salvar ’ a razão, que teria chegado a um beco sem saída. Assim, se o mundo contemporâneo é rígido pela razão instrumental, conforme denunciaram os filósofos que o antecederam na escola de Frankfurt, para Habermas caberia à razão comunicativa, enfim, o papel de resistir e reorientar essa razão instrumental.

Filosofia Pós-Moderna 

O termo pós-moderna se aplica a um grupo de intelectuais, entre eles alguns filósofos, que têm como ponto comum a crítica ao projeto de modernidade, entendido como o projeto de emancipação humano-social através do desenvolvimento da razão.
Essas correntes de pensadores identificadas como o fizeram Adorno e Houkheimer,o fenômeno da assimilação dos indivíduos ao sistema,isto é,sua obsorção pelo capitalismo,um fenômeno totalitário que se dá pela narcotização das consciências por intermédio da industria cultural.
Assim, o termo pós-modernos designa o fim do projeto da modernidade, ou seja, a falência historicamente constatada de que a razão possa favorecer a emancipação humana. E sem essa perspectiva de uma transformação social radical, a filosofia pós-moderna passou a analisar os diversos aspectos da vida social, principalmente aqueles em que se verifica maior racionalização rumo ao controle dos indivíduos, denunciando as formas de opressão que os acompanham em sua vida cotidiana.
A filosofia pós-moderna se caracteriza por um ceticismo teórico e pratico e se aproxima do irracionalismo, devido à sua crítica ao desenvolvimento da razão no mundo moderno, e do anti-humanismo, por entender que a ação humana está submetida aos mecanismos de controle derivados da estrutura socioeconômica.
Entre os pensadores pós-modernos mais significativos estão os franceses Michel Foucalt, Jean Baudrillard e Jean-François Lyotard (1924-1998).

Foucault: a microfísica do poder


Segundo Michel Foucolt (1926-1984) as sociedades modernas apresentam uma nova organização do poder que se desenvolveu a partir do século XVIII
Para Foucolt, o poder se fragmentou em micropoderes e se tornou muito mais eficaz. Foucolt analisou esses micropoderes que se espalham pelas mais
diversas instituições da vida social. Isto é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas que interiorizam e cumprem as normas estabelecidas pela disciplina social.
Exemplos: Os pais, os porteiros, os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os fiscais.

Derrida


Jacques Derrida (1930-2004) também critica o desenvolvimento da razão no Ocidente, a partir do próprio conceito de razão. Deus, homem, verdade são exemplos de noções que organizam o entendimento do mundo. A isso, Derrida denomina o logocentrismo.

Baudrillard: a espetacularização da realidade


Jean Baudrillard dedica seus estudos à compreensão da sociedade de massa. Analisa aspectos como a indústria cultural e o fenômeno do consumismo que promovem a massificação da sociedade.
Essa adesão é reforçada pelo que ele qualificou de hiper-realidade que se refere à capacidade da mídia de criar uma realidade virtual que substituiria para os indivíduos a própria realidade.




Existencialismo

Aventura e drama da existência
O termo existencialismo designa do conjunto de tendências filosóficas que, embora divergentes em vários aspectos, têm na existência humana o ponto de partida e o objeto fundamental de reflexões.
Características: 

  • Ser humano - realidade imperfeita;
  • Liberdade humana - não é plena,mas condicionada às circunstâncias históricas da existência.
  • Vida humana - é marcada por situações de sofrimento. É preciso encarar.

Nietzsche: humano, demasiado humano
Possuía um gênio brilhante, estudou grego, latim, teologia e filosofia. Em 1869, tornou-se professor titular de Filosofia na Basiléia. A partir da leitura de O mundo como vontade e representação, de Schopenhauer, sentiu-se atraído pela reflexões filosóficas.

Apolíneo e dionisíaco
Em sua obra, Nietzsche faz a distinção entre dois princípios: o apolíneo e o dionisíaco - Apolo e Dionísio. Esses dois princípios foram separados na Grécia socrática,que secou a seiva criadora da filosofia. 

Genealogia da moral 
Para Nietzsche não existem noções absolutas de bem e de mal. As concepções morais são elaboradas pelos homens, a partir dos interesses humanos. Os valores presentes em nossas vidas são construções humanas, se questionarmos o valor dos valores, estamos no dever de refletir sobre nossas concepções morais e enfrentar o desafio de viver por nossa própria conta e risco.

Niilismo
Deve ser entendido como um sentimento opressivo e difuso, próprio às fases agudas de ocaso de uma cultura. O niilismo seria a expressão efetiva e intelectual da decadência. 
O niilismo moderno apontado por Nietzsche assentava-se, na afirmação da "morte de Deus", que é interpretada como a rejeição à crença num ser absoluto e transcendental, capaz de traçar para todos os humanos " o caminho, a verdade e a vida".

Husserl: a fenomenologia e o retorno às próprias coisas


Husserl formulou um método de investigação filosófica conhecido como fenomenologia. Que consiste na observação e descrição rigorosa do fenômeno, ou seja, daquilo que se manifesta, aparece ou se oferece aos sentidos ou à consciência. A fenomenologia se apresenta como a investigação das experiências conscientes.

Heidegger: o sentido do ser



Foi nomeado reitor da Universidade de Freiburg, aderindo ao Partido Nazista. Em seu discurso, anunciou suas esperanças ao nazismo, julgando-o capaz de promover a redenção do povo germânico. Demitiu-se e durante os anos da Segunda Guerra Mundial, isolou-se em sua casa. Até a sua morte, manteve raros contatos sociais.

O ente e o ser
Para Heidegger, o problema central da filosofia é o ser, existência de tudo. Para ele, devemos começar investigando nossa existência porque é dela que temos consciência.
A filosofia heideggeriana criticou aquilo que considerava uma confusão entre ente e ser. O ente seria a existência e o ser a essência.

O despertar pela angústia
Analisando a vida humana, o filósofo descreveu três etapas que marcam a existência e que, para a maioria dos homens, culminam em uma existência inautêntica:
  • fato da existência - o homem é "lançado" ao mundo, sem saber o por quê. Ao despertar para a consciência da vida, já está aí, sem ter pedido para nascer;
  • desenvolvimento a existência - o ser humano estabelece relações com o mundo;
  • destruição do eu - tentando realizar seu projeto, o homem sofre a interferência de uma série de fatores adversos que o desviam de seu caminho existencial.
Sartre: a responsabilidade por aquilo que fazemos


Tornou-se o filósofo mais conhecido do existencialismo. Grande parte de sua fama deve-se não propriamente à sua obra filosófica, mas às suas peças de teatro e romances. Sartre recebeu influência de Heidegger.

Ente em-si e ente para-si
Sua principal obra é O ser e o nada; nessa obra, ele ataca duramente a teoria aristotélica da potência. Para Sartre, o ser é o que é. Trata-se, na linguagem sartriana, do ente em-si. Também concebeu a existência do ser especificamente humano, ente para-si.

Não-ser e liberdade humana
Por intermédio de suas escolhas, o homem constrói a si mesmo e torna-se responsável pelo que faz. Para Sartre,se o homem não expressasse o "vazio do ser" , sua consciência já estaria acabada. Nesse caso, homem não poderia manifestar a liberdade, pois estaria preso À realidade estática do sr pleno, do ser em-si.

Filosofia Contemporânea 2

SÉCULO XX : Era de incertezas
O século XIX foi um período marcado por grandes convicções. De modo geral, muitos filósofos estavam confiantes no poder da razão, os cientistas entusiasmados com o progresso tecnológico, os capitalistas radiantes com as vantagens da expansão industrial, os românticos vibrando com a valorização da pátria, os socialistas pregando ardorosamente a construção do socialismo. Poucas dessas convicções subsistiram intactas no século XX, que foi, por isso, caracterizado como uma era de incertezas.
Desenvolveu-se no século XX uma mentalidade menos arrogante quanto aos benefícios infalíveis da racionalidade científica. Destituída e valores éticos, ciência e tecnologia nem sempre contribuem com o desenvolvimento humano.

Materialismo Dialético de Marx

O ser humano é histórico - social



Um dos pensadores de maior influência exerceu sobre a filosofia contemporânea. Possuía vasta cultura e se destacou desde muito jovem pela profundidade de suas reflexões. Marx, tentou seguir a carreira universitária como professor, mas não conseguiu seu intento devido a questões políticas, que redundaram em perseguições contra os pensadores da esquerda hegeliana.
Em uma série de textos, realizou uma crítica contundente à filosofia  de Hegel, bem como são chamados jovens hegelianos, e elaborou as bases teóricas de seu próprio pensamento.


Crítica de Marx ao idealismo hegeliano
Marx afirmava que Hegel invertia a relação entre o que é determinante - a realidade material - e o que é determinado - as representações e conceitos acerca dessa realidade. A filosofia idealista seria uma grande mistificação que pretende entender o mundo real, concreto, como manifestação de uma razão absoluta.


Visão materialista da história
Para Marx, não existe o indivíduo formado fora das relações socais. A forma como os indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam se vincula com a forma como se dão as relações sociais.


Capital e trabalho
Marx reconhece o trabalho como atividade fundamental do ser humano e analisa os fatores que o tornaram uma atividade massacrante e alienada no capitalismo.


Dialética marxista
Marx entende o desenvolvimento histórico-social como decorrente das transformações ocorridas do modo de produção.
As grandes transformações históricas se deram no campo da economia, causadas por contradições geradas no interior do próprio modo de produção. Marx não concebe uma história que anda sozinha, guiada por uma razão ou um espírito, mas sim uma história feita por homens, que interferem no processo histórico e podem, dessa forma, transformar a realidade social, sobretudo se alterarem seu moo de produção


Modo de produção e forças produtivas
Modo de produção é a maneira como se organiza a produção material em um lado estágio de desenvolvimento social. Essa maneira depende do desenvolvimento das forças produtivas e da forma das relações de produção.
Marx afirma que a passagem de um modo de produção a outro se dá no momento em que o o nível de desenvolvimento das forças produtivas entra em contradição com as relações sociais de produção. 


Luta de classes
A classe social possui um caráter revolucionário, intervir em ações concretas, práticas, para que essas transformações ocorram. Para Marx, a luta de classes é o motor da história.


Marxismo depois de Marx
A filosofia de Marx influenciou o mundo contemporâneo, em termos teóricos e práticos, inspirando correntes filosóficas, revoluções. O pensamento de Marx  sempre foi motivo de  grande polêmica. Muitas discordâncias  se devem  ao fato de que seu Marxismo se refere, por isso, a um complexo  campo de investigação filosófica, que envolve ao fato de que seu  diversas  e interpretações, pensamento rompe com as concepções mais

comumente aceitas sobre o conhecimento da realidade, da política, da economia e da religião.diversas  e interpretações, por vezes rivais e contraditórias


Alemanha

Eduard Bernstein fez uma revisão e correção das teses enunciadas por Marx e Engels, visto  que o capitalismo teria demonstrado uma grande capacidade de adaptação e estabilidade, comprovada pela ausência de crises e pela crescente democratização do Estado Liberal de Direito, a hipótese determinista que previa o colapso inevitável do sistema deveria ser descartada.


Karl Kautsky não aceitava o reformismo de Bernstein, reafirmando por isso a teoria marxista.


Rosa de Luxemburgo Rosa Luxemburgo critica veementemente as rejeição de 
Bernstein da dialética, um outro alvo favorito dos  marxistas mais "modernos" que são incapazes de compreender ou dirigir as forças transformadoras., entre 
eles também Kautsky.


União Soviética

Lênin foi o grande líder da Revolução Russo de 1917, preocupou-se com  a formação da consciência do  proletariado, pois entendia que essa consciência não se formaria  espontaneamente.Considerava necessária uma direção para a classe 
operária – o partido político, formado por homens cuja profissão é ação revolucionária.


Leon Trotsky foi a figura central da Revolução Russa de 1917. Liderou o exército vermelho durante a guerra civil que se seguiu à revolução. Perdeu a liderança do partido comunista, depois da morte de Lênin, para Josef Stalin.
Defendia a idéia da revolução permanente, como forma de evitar a burocratização do partido comunista.Propunha a necessidade de a revolução socialista se estender para outros países.


Stálin tornou o marximo-leninismo um dogma, como forma de consolidar o socialismo em um só país. Foi um ditador perverso que perseguiu e aniquilou aqueles considerados “inimigos do povo”, entre eles muitos companheiros 
da revolução de 1917. Apoiou e ajudou a fundar partidos 
comunistas em muitos países.


Itália

Antonio Framsci entendia que a  superestrutura ideológica era o principal fator de constrangimento das massas. A partir dessa ideia, ele concebeu o conceito de  hegemonia, que foi incorporado pelos estudos culturais.


Hungria
György Lukács enfatizou o ser social constitui uma totalidade 
formada de complexos parciais em relações de reciprocidade, nas quais o trabalho é sua base essencial, pelo fato de a atividade laborativa ser fundamento dos demais complexos do ser social.


França
Louis Althusser distinguiu dois momentos distintos da produção de Marx. O primeiro seria o de seus textos sobre juventude, marcados pelo humanismo. O segundo os textos científicos, em que desenvolve materialismo histórico.












Positivismo de Comte

Amor por princípio, ordem por base, progresso por fim



Auguste Comte foi secretário e assessor do filósofo Saint Simon, cuja influência intelectual inspirou-lhe  a ideia de criar uma ciência social específica, que chamou de sociologia.
Depois de 18 anos de casamento, separou-se de Caroline Massim. Durante sua vida, Comte sofreu sustos de crise mental e depressão psíquica.
2 anos após o fim de seu casamento, conheceu Clotilde de Vaux, por quem se apaixonou. Eles tiveram um romance amigável, marcado pelo amor platônico, transformando-a em sua musa inspiradora. Com sua morte, o amor por Clotilde virou veneração, e ela acabou tornando-se a santa de uma nova religião fundada por ele.


O que é positivismo ? 
Designação da doutrina criada por Comte, fundada na extrema valorização do método científico das ciências positivas e na recusa das discurssões metafísicas. O termo positivismo foi definido por uma diretriz para a sua filosofia, de culto da ciência e sacralização do método científico. É caracterizado por um tom geral de confiança nos benefícios da industrialização.


Lei dos três estados: evolução histórica o conhecimento
A lei dos três estados resume o pensamento de Comte sobre a evolução histórica  e cultural da humanidade.

  • Estado teológico - ponto de partida da inteligência humana, no qual os fenômenos do mundo são vistos como produzidos por seres sobrenaturais.
  • Estado metafísico - influência dos seres sobrenaturais do estágio teológico foi substituída pela ação de forças abstratas consideradas como representantes dos seres do mundo.
  • Estado científico - estágio definitivo da evolução racional da humanidade.
Objetivo e características do positivismo
O objetivo é a pesquisa das leis gerais que regem os fenômenos naturais. Assim, o positivismo diferencia-se do empirismo puro porque não reduz o conhecimento científico somente aos fatos observados.
Com base nessas leis, o homem torna-se capaz de prever os fenômenos naturais, podendo agir sobre a realidade.
As transformações impulsionadas pelas ciências visam o progresso;este, porém, deve estar subordinado à ordem. Lema positivista aplicado à sociedade: ordem e progresso; influência que está presente no lema da bandeira do Brasil.


Reforma da sociedade
Um dos temas centrais da obra filosófica de Comte é a necessidade de uma reorganização completa da sociedade.Assim, ele próprio pretendeu desempenhar o papel de um reformador universal " encarregado de instituir a ordem de uma maneira soberana".
A reforma da sociedade deveria ter reorganização intelectual, depois moral, e política.
Nos últimos 15 anos de sua vida, Comte criou uma nova seita religiosa, Religião da Humanidade. 

Idealismo Alemão

A busca de um sistema unificador do real
Uma doutrina é idealista quando concebe que o sujeito tem um papel mais determinante que o objeto no processo de conhecimento. A explicação desse processo variará de filósofo para filósofo:  Platão (principal idealista da Antiguidade) a fez em sua teoria das ideias; Descartes "Penso, logo existo." ; Kant "das coisas só conhecemos a priori aquilo que nós mesmos colocamos nelas".


Fichte e Schelling: princípios unificadores



Johann Gottlieb Fichte é considerado um dos filósofos pioneiros do idealismo.Segundo ele, trazemos em nós concepções lógicas das coisas do universo e este, necessariamente, reflete essas concepções lógicas.




 Friedrich Schelling procurou explicar como se dá a existência o mundo real, das coisas, a partir do EU, discordando de Fichte. Para ele, existe um único princípio, uma inteligência exterior ao próprio EU, que rege todas as coisas. Essa inteligência se manifestaria de forma visível em todos os níveis da natureza até alcançar seu nível mais alto. 


Hegel: o projeto de conhecimento universal 



Principal expoente do idealismo alemão. Buscando resposta para o maior número de questões, ele tentou reconciliar a filosofia com a realidade. Suas principais obras são Fenomenologia do Espírito, Princípios da filosofia do direito e Lições sobre a história da filosofia.

Espírito e movimento dialético
Entender a realidade como Espírito, de acordo com Hegel, é entendê-la não apenas como substância, mas também como sujeito. Isso significa pensar a realidade como processo, como movimento, não só como coisa. A realidade, enquanto Espírito, possui uma vida própria, um movimento dialético. Hegel, caracterizava os diversos momentos sucessivos pelos quais determinada realidade se apresenta.

Consciência rumo ao saber absoluto
Compreender a dialética da realidade, segundo Hegel, exige razão, que deve se afastar do entendimento comum e se colocar no ponto de vista do absoluto. A razão alcança a consciência da unidade entre ser e pensar, harmonizando subjetivamente e objetivamente.
O pensamento de Hegel, se apresenta como um grande sistema, que permite pensar tanto a natureza, a realidade física, e o Espírito. 
O trabalho da filosofia seria o de superar o entendimento finito e limitado das coisas finitas e limitadas para alcançar o saber absoluto. Caminhar da consciência rumo ao absoluto.

Relação entre filosofia e história
A obra de Hegel demonstra i caminho do conhecimento finito, ao conhecimento absoluto em vários campos do saber, tanto em relação a natureza, como ao Espírito.
Quanto a natureza, rompeu a visão romântica, proclamando a absoluta superioridade do Espírito, que se realizava na história dos homens por meio da liberdade. Reconheceu o Espírito em três momentos:
  • Espírito subjetivo - que se refere ao indivíduo e à consciência individual;
  • Espírito objetivo - que se refere às instituições e costumes historicamente produzidos pelos homens;
  • Espírito absoluto -  que se manifesta na arte, na religião e na filosofia, como espírito que se compreende a si mesmo. 
Hegel diz que "a história é o desdobramento do Espírito no tempo". A filosofia da história deve captar o movimento histórico não como momentos estanques, mas do ponto de vista da razão, do absoluto. Assim, a história é uma contínua evolução da ideia de liberdade, que se desenvolve segundo um plano racional.
Todas as coisas existentes, mesmo as piores, fazem parte de um plano racional e que, portanto, têm um sentido dentro do processo histórico. Esse conceito de Hegel, rendeu várias críticas.

Contestação do sistema hegeliano
Vários filósofos contestaram a filosofia de Hegel. Mesmo entre seus seguidores, tem-se os neo-hegelianos de direita e de esquerda, que modificaram aspectos da sua filosofia, procurando adequá-la a seus projetos políticos.

Feuerbach: ser concreto e materialismo




Ludwig Feuerbach foi o pensador que mais se destacou na crítica à filosofia de Hegel. Ele propôs que a filosofia deveria partir do concreto, do ser humano considerado como um ser natural e social. Ser concreto = materialismo.



Schopenhauer: vontade e representação 
Filósofo que atacou com maior veemência o pensamento hegeliano. Chamou Hegel de "charlatão" ao construir uma filosofia segundo aos interesses do Estado prussiano.
Para ele, apenas pela arte e ascesse, ou seja, o abandono de si, pode o homem se libertar da dor. A filosofia schopenhaueriana inspirará as filosofias da existência.

Kierkegaard: a experiência única da vida



Sören Kierkegaard também contestou a supremacia da razão como único instrumento capaz de estabelecer a verdade, tal como Hegel propunha.  Como pensador cristão, defendeu o conhecimento que se origina da fé. Ele afirmava que a existência humana possui três dimensões:
  • a dimensão estética - na qual se procura o prazer;
  • a dimensão ética -  na qual se vivencia o problema da liberdade e da contradição entre o prazer e o dever;
  • a dimensão religiosa - marcada pela fé.


Romantismo

Exaltação do indivíduo, da emoção e da natureza
O Romantismo foi um movimento cultural que se iniciou no final do século XVIII e predominou até o século XIX, envolvendo a arte e a filosofia. Expandiu-se pela Europa e por outras regiões do mundo.
Características:

  •  Os românticos exaltavam as paixões e os sentimentos valorosos. Renascimento da intuição e da emoção contra a supremacia da razão.
  • Valorização da sensibilidade e da subjetividade. O sujeito era o centro da visão romântica do mundo.
  • O romantismo retomou a ideia de natureza como força vital que resiste à racionalização tecnológica.A natureza passou a ser exaltada e idealizada, a ser vista com certo misticismo.
  • A concepção de Deus como razão suprema, própria do Iluminismo, foi substituída pela concepção mística e emocional.
  • O desenvolvimento do nacionalismo, o amor pela pátria, a valorização das tradições nacionais e o anseio de liberdade individual. 
Grandes nomes do romantismo nas artes: Schlegel, Novalis e Hölderlin. Escritores: Schiller e Goethe. Música: Beethoven, Schumann, Brahms, Schubert, Chopin, entre outros.



Filosofia Contemporânea 1


SÉCULO XIX - Avanços técnicos, industrialização e conflitos sociais 
A partir do século XVIII, o capitalismo foi se consolidando em diversos países da Europa ocidental e, mais tarde, em outras regiões do mundo.Esse processo de transformações, está vinculada a Revolução Industrial, atingindo setores da economia:produção de manufaturas, agricultura, comércio, transportes, etc.
Como tendência geraal, as antigas oficinas dos artesãos foram substituídas pelas fábricas, ferramentas por máquinas. 
A expansão e a consolidação do capitalismo trouxeram novas formas de exploração do trabalho humano, gerando vários conflitos entre dois grandes grupos sociais : burguesia empresarial x trabalhadores 

Progresso e desumanização
A Revolução Francesa (1789-1799) foi o marco inicial da época contemporânea. Liderado por burgueses que, a partir de certa ascenção  econômica, reivindicaram participação no poder político e na construção de novo modelo da sociedade. 
A Revolução Francesa trouxe aspirações dos trabalhadores urbanos e do campesinato; gerando as lutas e correntes socialistas do século XIX, que denunciavam a exploração do trabalho no capitalismo industrial.
Novas reflexões lançaram desconfiança em relação aos diversos frutos, tantas vezes inesperados, da ciência e da tecnologia.

domingo, 18 de setembro de 2011

Globalização e exclusão social

A globalização é marcada pela universalização da produção, da circulação, da distribuição e do consumo de bens e serviços. Para que o capital possa circular livremente, há necessidade de se eliminar as barreiras comerciais entre países.Assim, bens e serviços podem ser mundialmente distribuídos a um custo relativamente baixo.
O processo de globalização não ocorre somente na economia, mas também nas áreas da informação, da cultura e da ciência. A produção industrial, antes restrita a uns poucos países, alcançou hoje uma escala sem precedentes. O mesmo ocorre com o consumo, pois os mesmo produtos e bens são ofertados em diferentes lugares do planeta.

O socialismo real

Em 1917, eclodiu na Rússia uma revolução tão importante quanto a Revolução Francesa de 1789.Como na França do século XVIII, a Rússia anterior à revolução vivia sob a dominação absolutista do czar. No campo e na cidade, os trabalhadores eram explorados e viviam em condições precárias.
Conquistado o poder pelos bolcheviques, teve início a experiência de construção do modo socialista da produção. Em 1922, a Rússia passou a ser chamada de URSS.
A construção do "socialismo num só país"  deu as costas aos movimentos revolucionários de outros países. Criou-se uma potência militarizada.
O regime burocrático está sendo substituído por formas mais flexíveis e democráticas, com pluri partidarismo e menor participação do Estado da economia.

Socialismo: um novo modo de produção


O fundamento da sociedade socialista é a propriedade social dos meios de produção.No socialismo não existem empresas privadas, já que os meios de produção são públicos ou coletivos. O objetivo da sociedade socialista é a satisfação completa das necessidades materiais e culturais da sociedade

Movimentos sociais e pensadores socialistas

No século XIX, os capitalistas ficavam cada vez mais ricos, enquanto os trabalhadores viviam em condições miseráveis. Essa situação levou muitos pensadores, ou mesmo simples operários a formular críticas ao capitalismo e a apresentar propostas de transformação da sociedade. Tais ideias acabaram constituindo uma corrente de pensamento que teria papel fundamental nas lutas política a partir de então: o socialismo.
De modo geral, os socialistas pregavam a justiça social por meio da razão, da boa vontade e do convencimento.Acreditavam que, do ponto de vista racional, nada melhor do que uma sociedade igualitária e fraterna.
No escravismo e no feudalismo, a classe dominante se apropria do fruto do trabalho,consumido-o.No capitalismo, a classe dominante apropria-se da mais-valia (o lucro), mas não a consegue totalmente. Boa parte dela é investida e reinvestida na produção. A esse investimento permanente é chamado de acumulação de capital.
As ideias de Marx influenciaram o pensamento econômico, as práticas políticas e os movimentos sociais nos séculos XIX e XX.

Explode a questão social

Desde o início da Revolução Industrial, a indústria não parou de progredir.Já as condições de vida dos que trabalhavam nas fábricas eram alarmantes. Antes da invenção da máquina a vapor, as fábricas ficavam em zonas rurais, junto às margens dos rios, aproveitando sua energia hidráulica.
Com o aperfeiçoamento da máquina a vapor, as fábricas, que já não dependiam da energia hidráulica dos rios, mudaram-se para a periferia das cidades mais próximas dos mercados consumidores, onde os trabalhadores eram contratados com mais facilidade. O espaço das fábricas era de um ambiente insalubre. 
Diante das más condições de trabalho e vida, os operários do capitalismo florescente desencadearam fortes movimentos sociais que, da Inglaterra, expandiram-se por toda a Europa industrializada.