segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Filosofia Analítica

A investigação da linguagem e suas relações com o real 
Na virada do século XIX para o século XX, surgiu uma corrente filosófica que, procurava esclarecer os sentidos e expressões e seu uso no discurso linguístico.
Com essa corrente muitos dos problemas filosóficos se reduziriam a equívocos e mal-entendidos originados do uso ambíguo da linguagem.


Russell: pioneiro da filosofia analítica



Sua contribuição filosófica mais reconhecida deu-se no campo da lógica matemática e da filosofia analítica, que dominou o cenário filosófico inglês durante o século XX.
Dono de um estilo literário elegante, irônico, cativante e polêmico, Russell recebeu o Prêmio Nobel de Literatura; participou de questões sociais. Foi uma das personalidades mais influentes da Europa no século XX.
Sua tese Principia Mathematica demonstra que “ toda matemática pura advém dos princípios da lógica pura” . Russell ampliou esta tese procurando estabelecer os fundamentos lógicos do conhecimento científico em geral. Para ele, grande parte dos problemas filosóficos se dissolvem em falsos problemas quando são enfrentados os equívocos, ambigüidades e imprecisões da linguagem cotidiana.
O problema fundamental seria investigar as proposições lingüísticas para se saber o que estamos falando quando questionamos ou afirmamos isto ou aquilo, a filosofia analítica desmontaria armadilhas ocultas da linguagem.


Wittgenstein


O lógico e filósofo austríaco naturalizado britânico Ludwig Wittgenstein concluiu que seria necessário fazer uma ‘’terapia de linguagem ‘’, ao final da qual muitos dos problemas filosóficos se mostrariam como falsos problemas,como simples problema de linguagem. O percurso filosófico de Wittgenstein pode ser dividido em duas fases:
  •  Na primeira fase ele intensificou a busca de uma estrutura lógica que pudesse dar conta do funcionamento da linguagem. Para ele, a estrutura da linguagem deveria corresponder à realidade dos fatos.
  • Na segunda ele se afastou dessa compreensão de que a verdade da proposição deve ser verificada na experiência do mundo real, e passou a afirmar a impossibilidade de uma redução legitima entre um conceito lógico (que seria a linguagem) e um conceito empírico (que seria a realidade).
De acordo com o filósofo, a linguagem comum possui uma riqueza de espécies e tipos de frases que são usadas em situações específicas. Com essa perspectiva, Wittgenstein abandonou a intenção de fazer da linguagem comum a ‘’pintura da realidade’’, como ele mesmo havia dito anteriormente.

A escola de Frankfurt


Escola de Frankfurt é o nome dado ao grupo de alemães do instituto de pesquisas sociais de Frankfurt. Sua produção ficou conhecida como teoria crítica.
Alguns pensadores como: Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Jurgem Habermas, mesmo com pensamentos diferentes podemos encontrar neles algo em comum, podemos identificar a preocupação de estudar variados aspectos da vida social, de modo a compor uma teoria crítica da sociedade como um todo.
Os pontos de partida fundamentais de suas reflexões foram às teorias Marxistas.
A escola de Frankfurt concentrou seus interesses na análise da sociedade de massa, termo que busca caracterizar a sociedade atual, na qual o avanço tecnológico é colocado a serviço da reprodução da lógica capitalista, enfatizando o consumo e a diversão como formas de garantir o apaziguamento e a diluição dos problemas sociais.

Adorno e Horkheimer 
Adorno

Horkheimer 
De acordo com seus conceitos, afirmavam que a razão iluminista, que visava a emancipação dos indivíduos e o progresso social, terminou por levar a uma maior dominação das pessoas em virtude justamente do desenvolvimento tecnológico das indústrias. Horkheimer acreditava que o problema estava na própria razão instrumental e controladora, que tanto na natureza quanto no próprio ser humano sempre busca a dominação.
Ambos denunciam a morte da razão crítica, asfixiada pelas relações de produção capitalista. Para designar a indústria da diversão vulgar, veiculada pela televisão, rádio, revistas, jornais, músicas e propagandas, Adorno e Horkheimer criaram o termo Indústria cultural.

Benjamin 


Walter Benjamin tinha uma postura mais otimista no que diz respeito à indústria cultural. Para ele deve ser otimista quanto à possibilidade de que a arte, a partir do desenvolvimento das técnicas de reprodução como discos e semelhantes, se torne acessível a todos. Benjamin acreditava que a arte dirigida às massas pode servir como instrumento de politização. Também desenvolveu reflexões nas quais buscou conciliar a teoria marxista com a tradição judaica, dando origem a um pensamento de difícil penetração, ainda que de grande beleza literária.

Marcuse 


Herbert Marcuse desenvolveu uma obra chamada “Eros e civilização”, marcada significativamente pelas teorias freudianas e marxistas. De acordo com a teoria freudiana, a história social do homem é a história de sua repressão, do combate ao livre prazer em prol do trabalho, do adiamento do principio do prazer para atender ao princípio da realidade. Sem essa renúncia, a vida social seria impossível.
Defendia também que as imposições repressivas são antes produtos de uma organização histórico-social específica do que uma necessidade natural e eterna.

Habermas 


Jurgem Habermas propõe um novo conceito de razão, a razão comunicativa,.como forma de retornar o projeto emancipatório de humanidade em  novas bases.
De acordo com Habermas, essa é uma posição perigosa em filosofia, pois poderia conduzir a uma crítica radical da modernidade e, em consequência, da razão, que levaria ao irracionalismo.
O filosofo discorda dos resultados pessimistas da analise de Adorno e Houkeimer,segundo a qual a razão não mais se realizaria no mundo,porque o capitalismo,em sua complexidade,teria conseguido narcotizar a consciência do proletariado e,dessa forma,perpetuar-se como sistema.Para Habermas existem alguns pontos falhos nessa analise cuja identificação permitiria propor uma retomada do projeto emancipado,porém em novas bases.
Razão e verdade deixam de ser, assim, conteúdos ou valores absolutos e passam a ser definidos consensualmente. E sua validade será tanto maior quanto melhores forem às condições nas quais se dê o dialogo, o que se consegue com o ‘aperfeiçoamento da democracia. ’
O pensamento de Habermas incorpora e desenvolve reflexões propostas pela filosofia da linguagem. A ênfase dada por ele à razão comunicativa pode ser entendida como uma maneira de tentar ‘ salvar ’ a razão, que teria chegado a um beco sem saída. Assim, se o mundo contemporâneo é rígido pela razão instrumental, conforme denunciaram os filósofos que o antecederam na escola de Frankfurt, para Habermas caberia à razão comunicativa, enfim, o papel de resistir e reorientar essa razão instrumental.

Filosofia Pós-Moderna 

O termo pós-moderna se aplica a um grupo de intelectuais, entre eles alguns filósofos, que têm como ponto comum a crítica ao projeto de modernidade, entendido como o projeto de emancipação humano-social através do desenvolvimento da razão.
Essas correntes de pensadores identificadas como o fizeram Adorno e Houkheimer,o fenômeno da assimilação dos indivíduos ao sistema,isto é,sua obsorção pelo capitalismo,um fenômeno totalitário que se dá pela narcotização das consciências por intermédio da industria cultural.
Assim, o termo pós-modernos designa o fim do projeto da modernidade, ou seja, a falência historicamente constatada de que a razão possa favorecer a emancipação humana. E sem essa perspectiva de uma transformação social radical, a filosofia pós-moderna passou a analisar os diversos aspectos da vida social, principalmente aqueles em que se verifica maior racionalização rumo ao controle dos indivíduos, denunciando as formas de opressão que os acompanham em sua vida cotidiana.
A filosofia pós-moderna se caracteriza por um ceticismo teórico e pratico e se aproxima do irracionalismo, devido à sua crítica ao desenvolvimento da razão no mundo moderno, e do anti-humanismo, por entender que a ação humana está submetida aos mecanismos de controle derivados da estrutura socioeconômica.
Entre os pensadores pós-modernos mais significativos estão os franceses Michel Foucalt, Jean Baudrillard e Jean-François Lyotard (1924-1998).

Foucault: a microfísica do poder


Segundo Michel Foucolt (1926-1984) as sociedades modernas apresentam uma nova organização do poder que se desenvolveu a partir do século XVIII
Para Foucolt, o poder se fragmentou em micropoderes e se tornou muito mais eficaz. Foucolt analisou esses micropoderes que se espalham pelas mais
diversas instituições da vida social. Isto é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas que interiorizam e cumprem as normas estabelecidas pela disciplina social.
Exemplos: Os pais, os porteiros, os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os fiscais.

Derrida


Jacques Derrida (1930-2004) também critica o desenvolvimento da razão no Ocidente, a partir do próprio conceito de razão. Deus, homem, verdade são exemplos de noções que organizam o entendimento do mundo. A isso, Derrida denomina o logocentrismo.

Baudrillard: a espetacularização da realidade


Jean Baudrillard dedica seus estudos à compreensão da sociedade de massa. Analisa aspectos como a indústria cultural e o fenômeno do consumismo que promovem a massificação da sociedade.
Essa adesão é reforçada pelo que ele qualificou de hiper-realidade que se refere à capacidade da mídia de criar uma realidade virtual que substituiria para os indivíduos a própria realidade.




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